quinta-feira, 24 de março de 2011

O ciúmes entrou em campo?!

Ahh os ciúmes! Velho conhecido de todos nós, que com certeza já esteve presente na sua vida de alguma forma. É um sentimento comum que pode ser imperceptível ou avassalador. De acordo com os psicólogos israelenses Ayala Pines e Elliot Aronson, ciúme é "a reação complexa a uma ameaça perceptível a uma relação valiosa ou à sua qualidade." Provoca o temor da perda e envolve sempre três ou mais pessoas, a pessoa que sente ciúmes (sujeito ativo do ciúme), a pessoa de quem se sente ciúmes (sujeito analitico do ciúme) e a terceira ou terceiras pessoas que são o motivo dos ciúmes (o que faz criar tumulto). 
Os ciúmes acontece em todos os locais onde existem relacionamentos entre pessoas, pode ser no namoro ou casamento, família, emprego, etc. E no futebol ele é ainda mais comum, pois é ali onde se reúne pessoas de todos os tipos e que buscam um "lugar ao sol". Com a evolução financeira do futebol brasileiro, o Marketing é a principal "arma" dos clubes para buscar cada vez mais espaços na mídia e com isso maiores arrecadações com o "merchan", e os jogadores são o produto na vitrine. 
Com tudo isso, além da disputa por posições e pela artilharia, agora os jogadores querem saber quem vai pedir a música no Fantástico, quem vai ser o craque do campeonato, e quem vai estar na capa do jornal. Tudo isso é um terreno fértil para o ciúmes crescer.
Claro, não podemos dizer que o ciúmes no futebol começou só agora, e por causa desses motivos que citei. O que falei são só mais alguns agravantes para isso ocorrer. Para vocês terem uma idéia de como isso é antigo no mundo da bola, eu li algumas histórias sobre craques que tiveram problemas com esse sentimento. Por exemplo no Boca Juniors de 1963 o grande jogador do time era o Paulo Valentim e naquele ano contrataram junto ao San Lorenzo o atacante José "El Nene" Sanfilippo, grande craque. Para alguns aquele foi o melhor time da história do Boca, mas a dupla de ataque genial acabou tendo problemas de ciúmes. Um não passava a bola para o outro, e como o clube era recheado de craques, o técnico Pedernera não conseguiu controlar as vaidades e o time só voltou a ser campeão depois da saída de "El Nene" no ano seguinte. Outro caso memorável aconteceu com Didi, o inventor da "Folha Seca". Em 1959, quando deixou o Botafogo-RJ e foi jogar no Real Madri, ele percebeu que o time merengue já tinha um "dono das quatro linhas" que chamava-se nada mais, nada menos Alfredo Di Stéfano. O choque de égos foi inevitável e dizem que Di Stéfano boicotou Didi. Temos ainda muitos outros exemplos onde grandes times não rendiam devido a estes problemas.
Ramon e Lima lado a lado
E como acontece em todos os lugares, isso não poderia ser diferente no JEC. Nesta quarta-feia depois da derrota para a Chapecoense, Lima protagonizou uma típica crise de ciúmes, ao dar uma entrevista dizendo: "A gente tem que jogar coletivo. Tem gente que quer resolver as paradas sozinhas. O Ramon acha que é o Pelé". E agora? como o técnico Giba vai resolver o problema? Ele tentou amenizar dizendo: Os caras estão com o sangue na cabeça, nervosos pelo resultado”. Mas com certeza a situação não é tão simples assim.
 Eu não começarei a buscar explicações para esse desentendimento, até porque ficaria difícil falar sem parecer que você se está tomando um lado no ocasionado. Prefiro dizer que isso faz parte, e que todos estamos do lado do Joinville, e que o clube está acima de qualquer "picuinha". E ainda acho que esse caso pode trazer bons frutos, já que agora todos estarão com os olhos bem abertos no futebol dos dois. Só esperamos que o time jogue, e que o ciúmes não entre em campo.



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